De acordo com números do governo a inflação na Argentina está em 10,8% ao ano. Mas especialistas independentes estimam que ela seja bem maior, em torno de 25%, um dos índices mais altos do mundo.No início de fevereiro, o governo obrigou as grandes redes de supermercado a congelar os preços por 60 dias.
Sob pressão do FMI, que desconfia dos dados oficiais da Argentina, o governo deverá rever a forma como calcula a inflação.
A oposição diz que o governo de Cristina Kirchner colabora para gerar inflação ao imprimir dinheiro para financiar gastos cada vez maiores. “No ano passado o Banco Central aumentou a quantidade de dinheiro que imprime em 40%. Logicamente que isso pressiona os preços, que aumentam de forma similar”, afirmou Victor Beker, ex-diretor do Centro Nacional de Estatística.
Laura percorre vários quilômetros até o mercado central de Buenos Aires para fazer as compras. Neste centro os preços são mais baixos do que nos supermercados, onde o custo dos alimentos subiu muito nos últimos meses: “Tudo está mais caro. Toda semana percebo que os preços no supermercado e no açougue subiram,” diz a consumidora. Alguns temem que o pior ainda esteja por vir e que a situação fique parecida com a de 2001, quando a crise se agravou no país. Muitas pessoas tentam proteger o dinheiro comprando dólares. Mas em uma tentativa de evitar a fuga de capitais, a Argentina tem dificultado o acesso ao dólar, com a proibição de contas em dólar e exigindo a prova de viagens internacionais para permitir que as pessoas troquem o dinheiro.
Fonte: AFP