Toda vez que alguma celebridade está internada em um hospital, os jornalistas que cobrem o caso costumam divulgar um boletim médico. Esse boletim normalmente é assinado por um médico especialista, que passou boa parte da vida se dedicando aos estudos. Nenhum leigo em medicina, em sã consciência, ousa contestar esse laudo, e todos os jornalistas apenas repetem o resultado. Assim entendemos que a palavra do especialista é respeitada quando o assunto é medicina. Em outras situações, poderia ser outro profissional explicando detalhes de sua atuação com respaldo em estudos e experiências. Essa lógica não existe quando o assunto é Igreja Católica.
Com algumas exceções, a maioria dos meios de comunicação emite opiniões sobre a Igreja, sem consultar um especialista. E o pior, alguns jornalistas que trabalham cobrindo as notícias do Vaticano passam a ser referência e fonte de outros órgãos de comunicação. Tornam-se pseudo-especialistas e são chamados de “Vaticanistas”.
Esse título não é difícil de ser alcançado, basta ser correspondente de um veículo de imprensa na Itália e escrever o que acha que deve. Vale exigir mudanças, confabular intrigas e divisões, arriscar palpites e “tuti quanti” achar necessário para chamar atenção à sua publicação.
Acabamos de assistir há um desses shows de horrores, nos dias que antecederam o conclave. Teve declaração e suposição para todo tipo de pessoa e gosto. Foi falado em guerra civil interna, em desmoronamento da Igreja, dossiê secreto, etc. Especularam-se muitos nomes para a sucessão de Bento XVI e ditaram regras do que o novo papa deve ou não fazer.
Alguns exemplos chegam a ser engraçados, como um jornalista brasileiro que é comentarista de uma importante emissora de rádio brasileira. O sujeito chegou a afirmar que o cardeal italiano Angelo Scola, percebendo que não teria mais do que quarenta votos, pediu aos seus amigos cardeais que transferissem os votos que receberia para o cardeal argentino José Mário Bergoglio e por isso foi eleito o Papa Francisco. Afirmou ainda, que o cardeal brasileiro Odilo Scherer, não teve chance, pois não conseguiu se articular com outros cardeais da América Latina. Ora bolas, de onde ele tirou essas informações? Todo mundo viu que os cardeais e os funcionários do Vaticano que têm contato com eles durante o conclave, fazem juramento prometendo não revelar nada do que lá acontece, sobre a pena de excomunhão. E isso é para não ter influências externas e deixar o clima na capela sistina de oração e retiro espiritual.
Para quem não é católico e nem tem o mínimo senso do sagrado, excomunhão e discussão sobre lance polêmico de futebol, têm a mesma importância. Um cardeal que revelasse detalhes da votação, não só perderia seu cargo na Igreja, como perderia o direito de ser católico. Somente mentes mundanas e olhares paganizados, para imaginar e enxergar esses absurdos.
Tanto Scherer quanto Scola, poderiam ter sido escolhidos e ambos são bem preparados para o cargo. Mas a imprensa sensacionalista não vai aprender ainda, que o Papa é escolha influenciada do Espírito clamado no “Veni Creator Spiritus” cantado no início do conclave. Isso nenhum vaticanista pagão vai entender. O corpo místico de Cristo, tão falado nas últimas declarações de Bento XVI antes da renúncia, não é compreensível para quem só fala da Igreja por ser obrigado pelo patrão.
Não digo que o novo Papa não deva enfrentar dificuldades. Terá que resolver problemas complicados e lidar com situações difíceis. Mas por outro lado conta com as orações de 1,2 bilhão de católicos espalhados pelo mundo. Conta com a intercessão da Igreja triunfante lá no céu, que é só uma com a Igreja militante aqui na Terra. Tem a graça de Deus como uma importante aliada para desempenhar o ministério petrino. Conta também com a intercessão da mãe de Deus, na qual foi encontrar-se na manhã seguinte de sua eleição na basílica de Santa Maria Maior. Além da milícia celeste que serve a Deus e aos homens defendo a Igreja dos ataques infernais, ao qual temos garantia de sucesso pelo próprio Senhor Jesus Cristo.
O Papa Francisco foi escolhido segundo a inspiração do Espírito Santo, para edificar a Igreja de Pedro. Um homem que não é perfeito, mas um homem que continua a sucessão apostólica legítima. Uma pessoa que vai manter a tradição e mania divina, de agir por meio dos homens.
Vaticanistas: todas as suas previsões falharam, admitam! Afinal uma “guerra” não é resolvida de um dia para o outro. Se eu fosse vocês, pediria transferência para vossas chefias. Quem sabe editorial de economia, política ou talvez esportes. Fariam também muito sucesso como colunistas de asneiras, já que é inegável vossos talentos. Deixem as verdades católicas serem reveladas por quem nunca falhou até hoje, o tempo.
Por Eric Modolo