Em entrevista à equipe do programa Ação Nacional, da Rede Século 21, na última quinta-feira, sobrevivente conta o que se passou dentro da Boate Kiss
Bruna Fani é moradora de Santa Rita (RS) palco da tragédia que já fez 237 mortos. Estudante do curso de Letras, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Bruna se recupera do acidente em sua cidade natal, Jaboticaba (RS). Ela estava com três amigos na frente do palco em que a banda Gurizada Fandangueira se apresentava. Segundo a universitária, o incêndio começou quando um dos integrantes da banda acendeu um sinalizador. “Quando ele pegou o sinalizador, nós nos afastamos no palco. Eu pensei que talvez pudesse queimar a roupa ou o cabelo. Nisso, uma gota de água caiu na minha mão ,quando eu olhei para cima, tinha uma pequena labareda de fogo”, relata.
Segundo Bruna, um rapaz tentou apagar o fogo com água. Um outro homem, entregou um extintor para o cantor da banda. “O extintor não funcionou. Nesse intervalo, a labareda se espalhou rápido”, conta.
Ela contou que em pânico, muitos tentaram correr e acabaram pisoteando as pessoas que caiam. A universitária acredita que as pessoas não enxergaram o que estava acontecendo na frente do palco. “Muita gente entrou no banheiro para se esconder, porque a princípio acharam que era briga”, explica.
A universitária conseguiu se salvar sendo arrastada pela multidão. “Até sair, eu não tinha noção da proporção do que estava acontecendo”, afirma. Bruna chegou a inalar fumaça, mas se recupera bem.
O Caso
Um incêndio começou por volta das 2h30, de domingo (26/01), na Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Segundo testemunhas, o fogo começou quando um integrante da banda Gurizada Fandangueira acendeu um sinalizador. O fogo se espalhou rapidamente por todo o ambiente. O forro de espuma utilizado na boate formou uma fumaça tóxica. Até hoje (4/2), 237 vítimas morreram, a maioria por asfixia mecânica. O inquérito policial deve demorar 30 dias para ser concluído. Caberá ao Ministério Público apontar quem será denunciado e por quais crimes. Esse é considerado o segundo pior incêndio da história do Brasil e o terceiro do mundo.
Do RS21
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